Choro e mágoa marcam a despedida do cantor Wando em Belo Horizonte

Mais de 30 coroas, faixas, fotos, quadros e calcinhas. Esse foi o cenário montado por fãs, amigos e familiares no enterro de Wanderley Alves dos Reis, o cantor Wando, ocorrido às 11h30 de ontem. Pelo Cemitério Bosque da Esperança, em Belo Horizonte, passaram cerca de 6 mil pessoas desde a tarde de quarta-feira, quando teve início o velório do cantor. O sepultamento foi marcado pela emoção dos familiares e por canções do mineiro de Cajuri, na Zona da Mata. Antes de o caixão ser baixado, a viúva de Wando, a psicóloga Renata Costa Lana e Souza, 37 anos, disse: “Agradeço pelo homem que ele foi, pelo marido. Agradeço a Deus por minha filha ter podido conviver com ele durante cinco anos, ele foi um pai maravilhoso”. Wando morreu às 8h da última quarta-feira, aos 66 anos, em decorrência de uma parada cardiorrespiratória. O cantor era pai de quatro filhos e tinha oito netos.

Além dos parentes e dos fãs, autoridades, amigos e conterrâneos do músico marcaram presença no enterro e no velório. O vereador Agnaldo Timóteo compareceu ao cemitério. Timóteo foi impedido por Gabrielle Burcci, uma das filhas de Wando, de prestar homenagens ao cantor, convite feito pelo padre que celebrou a missa de corpo presente. Durante entrevista a um programa de TV na semana passada, Timóteo afirmou que Wando gostava de uísque. Ontem mesmo, na Câmara Municipal de São Paulo, ele se desculpou: “Dizem que o peixe morre pela boca. Eu fui imprudente, eu fui inconsequente, fui até irresponsável. Afinal, o Wando havia sido internado fazia 24 horas. Eu não tinha direito de falar que ele gostava de uísque. Que todos me perdoem.”

O enterro foi precedido por uma missa de corpo presente ministrada pelo padre Jefferson Lima, amigo da família e celebrante do último casamento de Wando. Durante uma hora, o padre celebrou um dos momentos mais emocionantes da despedida, no qual falou do amor entre Wando e Renata. Um cortejo de cerca de 10 minutos foi realizado depois da missa até o local do sepultamento. Familiares e amigos depositaram rosas vermelhas sobre o caixão no momento da descida. A irmã do cantor, a cabeleireira Maria das Graças Reis, 53, sentiu-se mal e teve que ser carregada.

Correio Braziliense