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Bebidas, drogas e celebridades na boate que fechou na Europa

27 de julho de 2010

Champanhe, cocaína, celebridades, negócios e corrupção. Fechada a discoteca mais badalada da Europa

Ser fotografada e integrar, ainda que por tempo limitado, a galeria dos frequentadores da discoteca Hollywood, localizada na milanesa via Corso desde 1986, significa obter o “passaporte de celebridade”.

A valorizar a galeria estão fotos de personagens de destaque na política, no cinema, na música, no futebol etc. São os âncoras da galeria, ou melhores os VIPs que lá estiveram e cujas fotografias adornam em várias paredes. Dentre os fotografados estão, por exemplo, George Clooney, Mara Carfagna, a ex-modelo fotográfica e hoje ministra da pasta Igualdade de Oportunidades do governo Silvio Berlusconi. Tem até uma dupla de atacantes formada pelos “matadores” Drogba e Adriano, certamente de dar inveja a Mano Menezes, atual técnico da seleção brasileira de futebol.

O preço para ingresso na Hollywood não é considerado caro. Caro é o preço da mesa, de compra obrigatória. Também o da champanhe e da cocaína.

Quanto à cocaína, o preço alto evitava filas para ingresso no banheiro. Isto, por evidente, tornou mais fácil o trabalho da polícia e da magistratura do Ministério Público, que espalharam microespias e filmaram os “cheiradores” e “adquirentes” de cocaína.

Com as imagens, o Ministério Público conseguiu, por crime de favorecimento ao consumo de drogas ilícitas, a prisão dos três sócios da Hollywood: Fabrizio Guglielmini, 49 anos, Andrea Gallesi, 40, e Alberto Baldaccini, 37.

Segundo os representantes do Ministério Público da Justiça de Milão, existia um consentimento expresso dos sócios administradores da Hollywood quanto ao cliente VIP poder utilizar o banheiro para uso ou aquisição de cocaína.

 Hollywood de via Corso, em Milão

A discoteca foi fechada, além da prisão dos sócios proprietários. Eles estão custodiados nos seus domicílios com pulseiras eletrônicas e incomunicáveis com o exterior. Na prisão domiciliar ocorre o grampeamento de telefones, e-mails etc. Em caso de desobediência, ocorre imediata remoção a presídio fechado.

No caso da Hollywood foram indiciados em procedimento apuratório 19 frequentadores.

Estão presos, além dos três sócios administradores supracitados, o responsável pela comissão municipal de vigilância de casas noturnas e um ex-presidente do sindicato de estabelecimentos de dança. Motivo: corrupção.

A Hollywood, segundo os dois procuradores que comandam as investigações, Frank Di Maio e Alfredo Robledo, era usada, também, para a realização de jantares voltados a acertos com relação à obtenção de indevidas vantagens. Por exemplo, obtenção de concessão de serviços públicos, licenças ambientais e obras públicas.

Terra

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