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Novo presidente da Funjope lamenta falta de política cultural em João Pessoa

O prefeito diplomado de João Pessoa, Cícero Lucena (Progressistas), anunciou o professor Doutor e escritor Marcus Alves como novo presidente da Fundação Cultural de João Pessoa (Funjope). Um dos principais desafios do novo presidente será fazer um levantamento inicial sobre as informações da transição , bem como, um diagnóstico da situação atual dos artistas de João Pessoa.

Ao PB Agora, Marcus Alves relevou que em relação à Funjope, a situação é preocupante tendo em vista a grande falta de uma política de cultura para a cidade. Segundo ele, falta um olhar da Funjope para diversas áreas a exemplo da Literatura. Para ele, a rica tradição literária existente na Capital, foi abandonada nos últimos 8 anos da gestão de Luciano Cartaxo (PV).

“Temos hoje a ausência de um olhar da Funjope para várias áreas, a exemplo da Literatura. Em oito anos não tivemos o lançamento de um único edital voltado para a publicação de obras dos escritores e escritoras de João Pessoa. Veja que temos uma rica tradição literária que foi abandonada neste período de Luciano Cartaxo. Mas também está precária a área de artes visuais (não aconteceram edições do Salão de Artes Plásticas, o SAMAP)” enfatizou.

Marcos Alves observou ainda que no Teatro e na área de dança a omissão se repete, visto que a Funjope reduziu-se a fazer os eventos do calendário anual da cidade, como São João, Carnaval, Paixão de Cristo.

“Então temos uma demanda muito grande. A Funjope reduziu-se a fazer os eventos do calendário anual da cidade, como São João, Carnaval, Paixão de Cristo. Isto é muito pouco. No planejamento que construímos em parceira com vários segmentos das culturas em João Pessoa pensamos em trabalhar de maneira integrada e sistêmica. Integrando e valorizando instituições e equipamentos culturais que já temos como Casarão 34, Casa da Pólvora, Pavilhão do Chá, Centro Cultural Mangabeira entre outros. Vamos revalorizar projetos e ações ligadas as praças e territórios culturais como Centro Histórico, o Sabadinho Bom” destacou.

Ele observou que até o patrimônio físico da Funjope está abandonado, e . própria sede do órgão está com esgoto aberto em muitos ambientes, escadas quebradas, paredes mofadas. Um prédio histórico que foi abandonada.
“Temos que cuidar de muita coisa simultaneamente então, em um imenso desafio. Tem ainda a situação das obras públicas, esculturas e pinturas que estão sem reparo, sem manutenção – tem obra inclusive abandonada em depósito, como já denunciado por artistas, como Marcos Pinto” destacou.

O novo presidente prometeu reconstruir e refazer caminhos para as culturas em João Pessoa, assim mesmo no plural. E para isso será preciso paciência, equilíbrio e muito diálogo com os artistas, com produtores e com outras instituições culturais da Capital e do Estado.

“É preciso tirar a Funjope do abandono e isolamento em que ela se encontra e integra-la aos desejos dos artistas, as novas vocações e projetos de nossos produtores. O desafio maior maior é fazer renascer a Funjope e com ela uma política de culturas, em um momento tão delicado que vivemos com a pandemia e por todo o desequilíbrio econômico e social que a doença nos traz. Mas vamos trabalhar pelo melhor” disse.

Ele disse que já pediu mas ainda não nos foi oferecido um inventário do acervo da Funjope que está nas galerias e Centros de Culturas como o Casarão 34.

“Esse inventário não nos foi entregue” disse.

No último final de semana, o artista plástico Marcos Pinto divulgou um vídeo, intitulado “Meu Grito de Alerta”, nas redes sociais, para cobrar do prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PV), nestes últimos dias de mandato , que a sua obra “Aves de Arribação” seja colocada de volta às ruas da cidade.
Ele explicou que o monumento foi retirado do local original, o giradouro da Avenida Beira Rio, durante as obras de duplicação da via e nunca mais foi recolocado no local.

Biografia – Marcus Alves é Doutor em Sociologia e Mestre em Comunicação Social pela Universidade de Brasília (UnB). Autor dos livros “Cultura Rock e Arte de Massa”, (Editora Diadorim); “Cultura Mercosul: uma política do discurso”, (Ed. Plano/FAP); “Arte de massa une crítica e divertimento”, Editora UCB); “O Eterno e o Provisório- Poemas”, (Editora da UFPB) e “Arqueologia – Poemas” (Moura Ramos); “O Sapato Amarelo – ou K Encontra Paludes” (Cartonera Aberta/Editora do CCTA). Tem artigos e ensaios publicados em revistas acadêmicas em Chile, Cuba, Colômbia, Polônia. Sócio-fundador da Associação Internacional de Estudos da Música Popular (IASPM-Rama Latina).

Foi apresentador do programa Fórum Ideias (TV UFPB/TV Futura) e editor-chefe da TV Globo Minas/TV Triangulo. Consultor político. Foi coordenador de Comunicação do Ministério da Integração Nacional, Secretário de Comunicação dos Municípios de Conde e João Pessoa. Foi professor do curso de Comunicação Social da Universidade Católica de Brasília e do curso de Direito do Instituto de Educação Superior da Paraíba (IESP). Foi chefe da Assessoria de Comunicação da UFPB.

Severino Lopes
PB Agora

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