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Show de Roger Waters em Brasília vira batalha de ele não e ele sim

O show do roqueiro britânico Roger Waters, ex-Pink Floyd, virou uma batalha de gritos de apoiadores e opositores de Jair Bolsonaro (PSL). 

Na noite de sábado (13), o músico exibiu novamente a tela em que lista o político como “neofascista”. No lugar onde o nome de Bolsonaro apareceu durante a primeira apresentação de Waters em São Paulo, na terça (9), uma tarja com os dizeres: ponto de vista político censurado. 

A insinuação, que também foi exibida no segundo show da capital paulista, foi o suficiente para iniciar uma batalha de gritos de “ele não” e “ele sim” no estádio Mané Garrincha, junto com vaias e aplausos.

“Quando nós estávamos em São Paulo, depois de um dos shows, as pessoas começaram a brigar”, afirmou o músico antes do bis. “Então na segunda noite eu disse: ‘ei, caras, será que não é melhor parar de brigar uns com os outros e guardar as energias de resistência para a porra dos porcos?’”, afirmou, apontando para cima e arrancando gritos da plateia.

Nas arquibancadas, reinou o “ele não”. Uma faixa trazia os dizeres “we will resist” (nós vamos resistir), outra “resistance”. Cartazes de “ele não” também pulularam no público. Do outro lado, alguns poucos frequentadores foram ao show com camisetas da seleção brasileira. 

Na pista, o público se dividiu. Na premium, bem em frente ao palco, onde os ingressos chegam a custar R$ 720, ouviram-se gritos de “mito, mito!”. 

O intervalo em que foram exibidas as imagens que atacavamtambém o criador do Facebook, Mark Zuckerberg, a embaixadora dos EUA na ONU, Nikki Haley (que, segundo Waters, “só precisava de uma máscara do Darth Vader para ser a própria representação d Império do Mal”), o primeiro ministro israelense Bin Netanyahu, entre outros, veio logo após a clássica “Another Brick in The Wall”. 

Um grupo de crianças de Brasília se apresentou no palco com uniformes de presidiários americanos. Sob eles, uma camiseta com a estampa: “resist”. 

Uma das que gritava “ele sim”, a professora Nélia Dias, 48, chamou de ridícula a manifestação de Waters. “Atrapalha o prazer de ver o show. Ele só dividiu o estádio”, disse. 

Questionada sobre o porquê de ir ao estádio sabendo que o roqueiro havia feito a mesma manifestação em seus shows paulistas, afirmou que tinha comprado o ingresso havia mais de um ano. “Era um sonho vir. Não dá para misturar política com divertimento, são duas coisas que não vão juntas”, disse.

Outro alvo das críticas de Waters foi o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que apareceu em imagens no telão em montagens em que parece estar pelado ou em um corpo de bebê, ao som de “Pigs”. Um porco gigante flutuava sobre a cabeça do público. 

Em “Mother”, do álbum The Wall, um coro de “não!” se fez ouvir das arquibancadas após o verso “mother, should I trust the government?” (mãe, eu deveria confiar no governo?). Em seguida, a projeção do telão exibiu os dizeres: “nem fudendo”. 

Em sua primeira apresentação em São Paulo, o músico exibiu uma lista de políticos “neofascistas”, que incluíam a francesa Marine Le Pen e o húngaro Viktor Orbán. No fim, aparecia o nome de Jair Bolsonaro. 

Na segunda apresentação, também na capital paulista, o nome do deputado federal pelo PSL aparecia recoberto por uma tarja com os dizeres “ponto de vista político censurado”. 

Em ambas as apresentações, como nesta, Waters dividiu o público: foi vaiado e aplaudido após a exibição da mensagem no telão. 

Nas redes sociais, eleitores de Bolsonaro postaram mensagens indignadas durante a semana. Em um deles, o homem chega a dizer que registrará Boletim de Ocorrência contra o inglês, que estaria “incitando a violência”. 

 

Folha

 


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