Recém-empossado Secretário do Ministério da Mulher, Família e Direitos humanos, o poeta, filósofo e advogado e pastor evangélico Sérgio Queiroz, deu uma declaração polêmica. Em entrevista a Universa, o novo secretário deixou transparecer que gostaria de ser como Martin Luther King.
Nomeado pela ministra Damares Alves como chefe da pasta de nome tão pomposo quanto misterioso. Queiroz é graduado em Engenharia Civil, bacharel em Direito, mestre em Filosofia e servidor público há 25 anos, disse que não há incoerência entre o posto e sua fé.
“Por que não posso ser como Martin Luther King? Ele era batista da mesma denominação da qual faço parte”, disse o secretário que também pastor em um ministério evangélico na Paraíba. Martin Luther King Jr. foi um pastor protestante e ativista político estadunidense. Tornou-se um dos mais importantes líderes do movimento dos direitos civis dos negros nos Estados Unidos, e no mundo, com uma campanha de não violência e de amor ao próximo.
Entre suas principais responsabilidades no novo cargo do governo Bolsonaro está o cuidado oficial com o tema LGBT. Na entrevista à Universa, ele ainda se diz “poeta” e que “as famílias é que devem ensinar às crianças o respeito à diversidade”.
Para o novo secretário, o Estado é o Estado, a Igreja é a Igreja e a família é a família e não pode haver intervenções.
“Ninguém questiona a religião de outros ministros que passaram por aqui; alguns de matrizes africanas”, disse.
Em relação a sua posição sobre a propalada “ideologia de gênero”, ele destacou que a discussão sobre ideologia de gênero existe, e não se pode questionar a existência desse debate em nível acadêmico ou no Congresso.
“Nossa secretaria, porém, não vai discutir isso. A questão da pasta é proteger o ser humano. E qual é a posição do senhor sobre o tema? O combate a esta suposta ideologia foi citado pelo presidente Bolsonaro em seu discurso de posse. A minha opinião é que o tema da ideologia de gênero está em discussão. A fala da ministra Damares sobre ela é que o governo vai lutar para que ela não exista no ensino de crianças” observou.
Questionado sobre o que a sua pasta fará para diminuir a violência contra LGBTs, ele disse que na prática, o ministério do qual faz parte não tem poder de impor uma política de segurança. Mas vai trabalhar em conjunto com outros ministérios para reduzir os índices das últimas décadas.
“Primeiro, com a conscientização da sociedade civil e dos que eventualmente discordam de opções, ideias ou ideologias. Queremos criar comitês de formação para o combate à discriminação nos Estados e fazer um mapeamento de locais com alto índice de crimes de intolerância. Antes de sermos brancos, pretos, de esquerda, direita, heterossexuais, homossexuais, transexuais, queers, nós somos humanos O senhor cita “opções”.
Em relação se o debate sobre gênero vai ser levado às escolas, o poeta e secretário ressaltou que o seu entendimento é que as famílias é que devem ensinar às crianças o respeito à diversidade.
“Não podemos dizer que uma criança, com quatro ou cinco anos, tem aparato psíquico para ouvir que ela pode ser qualquer coisa. Inclusive, não fundamento minha fala na questão religiosa. O Conselho Regional de Medicina de São Paulo [Cremesp] disse a mesma coisa. Uma associação americana de psicologia disse a mesma coisa. Temos que entender que a vulnerabilidade na tenra idade deve ser preservada. Não é o momento ideal para que ela receba informações que não tem condições de ponderar. Entendo que a discriminação começa em casa, mas quando você municia a família brasileira a ensinar os filhos a ter respeito com os diferentes, isso muda. A estatização do ensino contra a discriminação precisa ser revista. O Estado precisa atuar de maneira complementar, e nós vamos fortalecer a ideia da família ensinar sobre respeito a identidade” garantiu.
PB Agora com Universa
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