De acordo com o último balanço divulgado hoje (9) pelo Corpo de Bombeiros, chega a 195 o número de mortos pelas chuvas no estado do Rio de Janeiro. Destas mortes, são 115 em Niterói – cidade mais afetada -, 60 no Rio, 16 em São Gonçalo, uma em Petrópolis, uma em Paracambi, uma em Nilópolis e uma em Magé. Além das vítimas fatais, outras 161 pessoas ficaram feridas.
Segundo a Defesa Civil do Estado, são 6.001 pessoas desalojadas e 4.110 desabrigadas.
Foram recolhidas 5.790 toneladas de resíduos e lama por garis da Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio.
O prefeito do Rio, Eduardo Paes, continua pedindo que as pessoas permaneçam em casa se não houver necessidade de deslocamento. As aulas nas escolas estaduais e municipais vão ser retomadas hoje (8).
O temporal foi o maior dos últimos 44 anos
Voltou a chover forte em alguns pontos do Rio de Janeiro na manhã de hoje (7). O secretário estadual de Saúde e Defesa Civil, Sérgio Côrtes, informou que já são 110 mortos em todo o Estado. Segundo o Corpo de Bombeiros ainda há mais de 60 desaparecidos. Além da capital, as mortes foram registradas em Niterói, São Gonçalo, Petrópolis, Nilópolis e Paracambi, na Baixada Fluminense.
Segundo os bombeiros, as buscas na comunidade Santa Maria, em Jacarepaguá, onde há desaparecidos, começaram pela manhã.
Das 17h de terça-feira (6) às 7h desta quarta-feira (7), a Defesa Civil recebeu 786 chamados, a maioria para desabamentos de imóveis, rachaduras, deslizamentos de barreiras e quedas de muros. O órgão interditou 180 imóveis e 2.134 pessoas estão desabrigadas no Rio.
O temporal foi o maior desde 1966, segundo o prefeito do Rio, Eduardo Paes. Naquele ano, o índice pluviométrico foi de 245 milímetros, enquanto que nas últimas chuvas o nível chegou a 288 milímetros. A chuva provocou pontos de alagamentos, deslizamentos de terras, quedas de árvores, deixando ruas submersas. A Lagoa Rodrigo de Freitas, na zona sul, um dos principais cartões-postais da cidade, transbordou.
Os aeroportos da cidade do Rio fecharam na segunda-feira à noite e só voltaram a operar na manhã de ontem (6). Passageiros foram alojados em hotéis. Nas estradas, a situação também foi complicada. As principais estradas de acesso ao Rio, como a Via Dutra, Linha Vermelha e Avenida Brasil registraram pontos de alagamento e retenções, sendo que a Ponte Rio-Niterói ficou fechada por mais de uma hora pela manhã.
Bairros ficaram sem luz. A Light chegou a recomendar que as pessoas não usassem os elevadores. A concessionária trabalha com 60% do efetivo para normalizar o fornecimento. Há ainda trechos de ruas de vários bairros sem energia.
O sistema de transporte público sofreu várias interrupções e muitas pessoas permaneceram até a madrugada de hoje nas ruas esperando para voltar para casa. Ao longo do dia, as barcas que unem o Rio a Niterói voltaram a operar normalmente, assim como os trens metropolitanos, que tiveram ramais suspenso. O metrô funciona com intervalos irregulares e os ônibus urbanos estão com a frota reduzida.
Por causa dos transtornos e dos inúmeros chamados de emergência, as autoridades recomendaram que as pessoas não saíssem de casa. O centro do Rio ficou vazio. Agências bancárias e lojas não abriram e serviços públicos funcionaram parcialmente. A Polícia Militar reforçou o policiamento em “pontos-chaves” para evitar assaltos a motoristas parados no trânsito.
Em um dos bairros mais afetados, o Maracanã, a Confederação Brasileira de Vôlei adiou o jogo da Superliga feminina, que seria realizado hoje no Ginásio do Maracanazinho. No Estádio do Maracanã, que hoje (7) recebe jogo da Taça Libertadores, a equipe limpa túneis de acesso ao campo, que ficaram alagados.
Diário do Vale