Os coordenadores da ASPPAH, Dalmo Oliveira, Marcelo Cidalina e Zuma Nunes, participaram nesta quarta-feira, 14, de uma importante reunião na Secretaria de Saúde do Estado. Na pauta três eventos que vão tratar diretamente do avanço de cuidados às pessoas com a doença falciforme na Paraíba.
O primeiro deles é o Seminário Estadual de Saúde Integral da População Negra, que deve ocorrer nos próximos dias 3 e 4 de maio, provavelmente no Hotel Ouro branco, na capital paraibana. O evento é uma demanda do Conselho Estadual de Saúde e deve reunir cerca de 200 pessoas, entre usuários do SUS, gestores e profissionais da saúde para tratar de temas diretamente ligados à saúde dos afroparaibanos, especialmente doença falciforme, glaucoma, hipertensão arterial, saúde reprodutiva das mulheres entre outras patologias que acometem sobremaneira pessoas com ascendência africana.
Para o mês de junho, ainda sem data precisa, está sendo organizado um evento específico na área de feridas e úlceras, com a vinda do ortopedista Gildásio Daltro, do Hospital das Clínicas da Universidade Federal da Bahia e de outros especialistas. Daltro vem à Paraíba falar de suas experiências sobre o uso de células-tronco no tratamento de necrose da cabeça do fêmur e na cicatrização de feridas e úlceras de pernas de difícil cicatrização, comuns em pessoas com doença falciforme e diabetes.
“O médico baiano deverá examinar aqui pessoas com doença falciforme que estejam desenvolvendo, em fase inicial, a necrose no fêmur”, diz o jornalista Dalmo Oliveira, coordenador da ASPPAH, ele mesmo tendo passado pelo tratamento gênico há cerca de três meses em Salvador.
O grupo ainda decidiu agendar para julho um evento sobre a nova fase da triagem neonatal na rede estadual, para os servidores que lidam diretamente com o teste do pezinho. “É que a Paraíba finalmente ingressou na segunda fase do teste do pezinho, onde é feito o exame que detecta a anemia falciforme”, comenta Marcelo Cidalina, outro coordenador da entidade presente à reunião.
Lei municipal
A reunião contou ainda com a presença de assessores do vereador Bira (PSB), que deve apresentar à Câmara de João Pessoa, nas próximas semanas, um projeto de lei criando o Programa Municipal de Atenção Integral às Pessoas com Doença Falciforme. “O projeto visa dar respaldo legal e político para que a secretaria municipal de saúde ponha em funcionamento uma rede especial de atenção a essas pessoas na nossa capital, como já ocorre em Olinda, Recife e Salvador, por exemplo”, diz o pedagogo Zuma Nunes, também da coordenação da associação.
A reunião também mostrou que, se depender dos servidores municipais e estaduais comprometidos com os projetos da ASPPAH, em curto prazo a rede pública de saúde vai dar respostas mais rápidas e mais adequadas no tratamento desta doença, que pelo fato de atingir, majoritariamente, a população afrodescendente, continua com uma forte carga de invisibilidade na Paraíba.
Ascom