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Estudantes dividem opiniões sobre o adiamento do Enem 2020

A suspensão das provas foi aprovada pelo Senado na terça-feira (19)

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e o Ministério da Educação (MEC) decidiram adiar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020. A decisão veio logo após pressão de estudantes, professores e instituições, e também por conta das manifestações do Poder Legislativo.

De acordo com as organizações responsáveis pela aplicação da prova, a medida segue uma demanda imposta pela sociedade, em razão da dificuldade que muitos candidatos estão enfrentando para estudar durante esse período de pandemia. As datas serão adiadas de 30 a 60 dias em relação ao que estava previsto nos editais.

Para muitos estudantes, o adiamento é a escolha mais sensata no momento, mesmo entre aqueles que frequentam escolas particulares, como é o caso da estudante do 3º ano do Ensino Médio, Giulia Marques, de 17 anos. “Achei positivo o adiamento do Enem porque muitos estudantes seriam prejudicados. Nas escolas particulares, muitos alunos têm acesso à internet, mas essa não é a realidade de muitas pessoas,
principalmente dos alunos das escolas públicas, que estão sem aulas”, avalia.

Giulia estava matriculada em uma escola da rede privada de Salvador, BA, mas com a pandemia e suspensão das aulas presenciais, sua mãe optou por cancelar a matrícula. Ainda assim, ela manteve a rotina de estudos para garantir o acesso ao ensino superior. “Muitas vezes, o Enem é a oportunidade para as pessoas terem acesso à faculdade e não seria justo aplicar a prova para os estudantes que estão tendo dificuldade para estudar por não terem aulas nem internet em casa”, conclui a estudante que segue se dedicando aos conteúdos em casa, por conta própria.

Na terça-feira (19), no Plenário virtual do Senado, a suspensão das provas do Enem já havia sido aprovada por 75 votos a 1. A proposta (PL 1.277/2020) da senadora Daniella Ribeiro (PP-PB) prevê que nos casos em que o Congresso Nacional reconhece o estado de calamidade pública, o que compromete o processo de ensino de todas as instituições do país, a aplicação de exames, provas e qualquer atividade que dá acesso ao ensino superior, sejam prorrogadas automaticamente.

Para encontrar uma data que seja mais adequada, o Inep irá promover uma enquete direcionada aos inscritos do Enem 2020, que será realizada no final de junho, por meio da Página do Participante. A novidade foi divulgada na terça-feira (19), pelo Ministro da Educação, Abraham Weintraub.

Na contagem até quarta-feira (20), mais de quatro milhões de pessoas já tinham efetuado a inscrição para o Enem. Até então, os estudantes terão até as 23h59 do dia 22 de maio (amanhã) para realizar as inscrições. Entre os inscritos está a auxiliar administrativa Mirella Silva Rosa, 38. A soteropolitana não concorda com o adiamento da prova. Segundo ela, há outras formas de ajudar ambos os lados. “Não achei uma boa notícia, não. Na minha opinião, é bem desnecessário. As pessoas podem realizar a prova on-line e para as demais que não têm acesso à internet eles poderiam organizar melhor”. Ela acredita que os estudantes devem se esforçar para fazer uma boa prova. “Depende de cada um deles”, afirma Mirela que
deseja cursar Administração.

Inscrições do Enem 2020

O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) já entrou com uma ação na Justiça Federal de São Paulo solicitando a prorrogação das inscrições. No processo, o partido pede que o Judiciário suspenda o prazo final para inscrição até que o estado de calamidade seja revogado ou que, ao menos, a situação esteja mais controlada.

Os estudantes que desejam ter mais informações sobre o exame, como recursos de acessibilidade, funcionamento do processo de isenção, inscrição e datas, devem acessar o portal do Inep e do Ministério da Educação, que são os canais de informação do Enem 2020, assim como as redes sociais oficiais dos
dois órgãos do Governo federal. O Inep também possui um canal de autoatendimento on-line e por ligação no número 0800 616161 (somente chamadas de telefone fixo).

 

*Com informações do Inep

 

Fonte: Agência Educa Mais Brasil

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