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Chávez é dilmista e o PT é chavista, afirma José Serra

O candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, afirmou nesta quinta-feira (29) que “Chávez é dilmista e o PT é chavista”, em referência ao presidente venezuelano, Hugo Chávez, e à Dilma Rousseff, candidata do PT ao Planalto.

Sem citar a crise diplomática entre Venezuela e Colômbia e o papel do Brasil no conflito – que teve novo capítulo nesta quinta-feira –, Serra fez a afirmação ao rebater, com críticas à política externa do governo Luiz Inácio Lula da Silva, declarações de dirigentes do PT que o associaram à “direita troglodita”.

As criticas do PT vieram após o candidato a vice-presidente na chapa de Serra, deputado federal Indio da Costa (DEM-RJ), ter relacionado o PT às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), narcoguerrilha de esquerda que atua em território colombiano. Serra tem endossado o colega de chapa nesse tema, afirmando que Indio apenas ecoou temas tratados pela imprensa.

“Troglodita de direita é quem apóia Ahmadinejad [Mahmoud Ahmadinejad, presidente do Irã], que mata mulheres a pedradas”, disse o tucano, durante sabatina promovida pelo portal R7. Questionado, Serra disse se considerar um político de esquerda, embora afirme avaliar a classificação como “bobagem”.

O ex-governador de São Paulo negou que, caso eleito, suas críticas como candidato a governos esquerdistas da região – como os de Venezuela e Bolívia – venham a contaminar a relação futura com os vizinhos. “O Chávez já declarou voto na Dilma, o Chávez é dilmista e o PT é chavista. Você assumindo o governo você tem uma política de estado. De respeito recíproco, autodeterminação de cada um.”

“Tática do medo”
Serra negou que sua campanha esteja apostando em uma “tática do medo” para vencer a eleição, com acusações como a da suposta ligação PT-Farc. “É o oposto. Vivo o tempo inteiro querendo discutir teses, idéias. Ele [Indio] falou isso no meio de um debate, o pessoal do PT escolheu isso para fazer uma tremenda onda para ter um discurso”, disse.

Questionado sobre qualidades da ex-ministra Dilma, o tucano disse ser “uma mulher de luta, sem dúvida nenhuma”. “Tivemos sempre convivência cordial, mas pequena.”

Saída da Prefeitura de São Paulo
Quando concorreu à Prefeitura de São Paulo em 2004, Serra assinou declaração em que se comprometia, caso eleito, a não deixar o cargo para disputar o governo paulista em 2006, o que acabou fazendo. Justificou nesta quinta-feira a decisão pelas “circunstâncias”.

“Eu disse a verdade naquele momento, depois as circunstâncias acabaram exigindo que fosse candidato a governador. A cidade ganhou com isso, porque conhecia a prefeitura e fizemos juntos [estado e município] parcerias boas”, disse.

O tucano ainda alfinetou o presidente Lula ao dizer que, se vencer, não deixará o cargo “para buscar um cargo na ONU [Organização das Nações Unidas]”. Especula-se que, após deixar a Presidência, Lula possa pleitear cargo em alguma organização internacional.

Pedágios em SP “não são baratos”, diz tucano
Serra disse reconhecer que as tarifas de pedágio em São Paulo “não são baratas”, mas defendeu o modelo de concessão adotado pelas gestões do PSDB no estado, em contraposição às licitações já promovidas pelo governo Lula. Disse que 75% das rodovias paulistas são consideradas ótimas ou boas pelos usuários, enquanto 70% das estradas federais são avaliadas como péssimas ou ruins.

“A contrapartida [dos pedágios] é a excelência das estradas. A concorrência federal, no outro modelo que fizeram, fizeram a [concessão à iniciativa privada da] Régis [Bittencourt, BR-116], continua estrada da morte, não aconteceu nada depois da concessão, ficou só tapa-buracos”, disse.

Para Serra, “mensalão tucano” é exagero
O candidato procurou minimizar o episódio do “mensalão tucano”, ou “valerioduto mineiro”, suposto esquema de financiamento irregular da campanha à reeleição em 1998 do então governador mineiro e atual senador Eduardo Azeredo (PSDB). Disse “atestar a honestidade pessoal” de Azeredo e que o mensalão do PT é mais grave.

“Acho um exagero chamar de mensalão. O que houve foi um problema de financiamento numa campanha de 1998. O Walfrido Mares Guia [vice de Azeredo à época e ex-ministro de Lula], que é do lado do governo, estava com ele [Azeredo]. Eles foram acusados de falta de registro de receita para uma despesa eleitoral.”

Privatizações
Serra também mostrou como pretende rebater o discurso que atribui ao PSDB um suposto ímpeto privatista, usado pela campanha de Lula contra Geraldo Alckmin (PSDB) no segundo turno da eleição de 2006. Dizer que o governo Lula também fez privatizações e defender a “estatização” como antídoto ao suposto loteamento político de estatais promovido pelo PT.

“O Lula privatizou dois bancos. Na [ferrovia] Transnordestina, o dinheiro é do governo e o dono é privado. Vou estatizar os Correios, o Dnit [Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes], a Funasa [Fundação Nacional de Saúde], as agências reguladoras, que hoje servem a partidos, e não ao governo. Vou estatizar coisas que são do governo.”

G1
 

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