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Brasil registrou 16 mil casos de violência contra idosos no semestre

 No primeiro semestre de 2015 foram registradas 66.518 casos de violações de direitos humanos no Disque 100, serviço da Secretaria de Direitos Humanos (SDH). O número representa uma queda em relação ao período de janeiro a junho do ano passado, quando foram identificadas 77.116 denúncias. Do total contabilizado, 16.014 foram contra idosos. Essa foi a categoria com aumento mais expressivo em comparação ao mesmo período do ano passado, quando foram identificadas 13.752 denúncias. Neste grupo, negligência foi o registro mais recorrente (77,66% das ligações).

De acordo com balanço apresentado hoje pela SDH, o tipo mais comum de violação foi contra crianças e adolescentes: 42.114. O número contudo, representa uma retração quando comparado ao primeiro semestre do ano passado, quando foram registrados 49.248 casos. O tipo mais comum de violação neste segmento também foi negligência. Do total de ligações,76,35% se referiam a ausência ou ineficiência de no cuidado. Em seguida, aparecem violência psicológica (queixa presente em 47,76% das ligações), violência física (42,66%) e violência sexual (21.90%).

O serviço registra também denúncias pessoas com deficiência, em situação de rua, comunidades tradicionais, população LGBT e pessoas em privação de liberdade. Apenas os dois últimos segmentos registraram queda. Os casos são encaminhados para os serviços especializados nas respectivas unidades da Federação. São Paulo foi o estado com o maior número de denúncias, com 14.069, seguido por Minas Gerais (5.479), Bahia (4.250) e Rio Grande do Sul (4.058).

Maioridade penal

O ministro da SDH, Pepe Vargas, lembrou que o número real de violações é maior do que o contabilizado, uma vez que parte da população não acessa o Disque 100. Ele voltou a criticar a redução da maioridade penal. “As crianças e adolescentes são mais vítimas do que praticantes de violações e se a maioridade penal acontecer vai fragilizar ainda mais esse segmento”, criticou. A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que reduz o limite penal de 18 para 16 anos foi aprovada pela Câmara dos Deputados em primeiro turno no dia 2 de julho.

 

O tema é uma das prioridades do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, que anunciou na última sexta-feira rompimento com o governo. A PEC será votada em segundo turno em agosto. “O processo de debate de oposição e governo deve preservar os direitos humanos. Ele não pode servir de forma instrumental para derrotar o governo ou não porque nesse caso não seria o governo que seria derrotado, seriam as pessoas que teriam seus direitos violados”, completou Vargas.

 

O titular da SDH demonstrou ainda preocupação com outras mudanças legais em discussão no Congresso Nacional, como a revisão do Estatuto do Desarmamento, redução da idade permitida para trabalho infantil e flexibilização do conceito de trabalho escravo, além de pautas ligadas ao setor LGBT. “Nos preocupam essas questões, assim como as tentativas de barrar o avanço da criminalização da homofobia e mesmo outras tentativas legislativas que visam regredir direitos civis da população LGBT como os direitos previdenciários, o uso do nome social e a união civil dos casais homoafetivos”, disse.

 

Redação com Secretaria de Direitos Humanos

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